Direito de Família na Mídia
Cem mulheres de coragem
29/03/2007 Fonte: Zero HoraHistórias de tormentos físicos e psicológicos, resultantes de palavras duras misturadas a socos e pontapés, foram reveladas ontem no Foro Central de Porto Alegre. Reunidas no auditório da instituição, cem mulheres decidiram, por meio da lei, dar um basta à violência sofrida dentro da própria casa, mesmo tendo de expor um passado que gostariam de esquecer.
Durante a tarde, vítimas de homens agressivos protagonizaram o mutirão de audiências promovido pelo Juizado da Violência Doméstica e Familiar, com apoio do Ministério Público, do Instituto de Psicologia Fernando Pessoa e da Defensoria Pública. Vencendo o medo e a vergonha de contar segredos, elas foram incentivadas a decidir sobre o futuro. Eram duas as opções: renunciar ou dar continuidade ao processo criminal contra o companheiro violento.
- Todas devem ser esclarecidas sobre as alternativas possíveis. Seja qual for a decisão, o que importa é pôr um fim à violência - disse a defensora pública Cassandra Halpern.
Boa parte das mulheres desiste de levar adiante o processo criminal - conforme sinalizam os 211 processos já finalizados pelo Juizado. Elas preferem formalizar o pedido de separação e garantir a pensão para os filhos.
Funcionando há quatro meses, o Juizado da Violência Doméstica e Familiar recebe a média de 40 processos por dia. O mutirão de audiências, ontem, foi para acelerar a análise dos processos.